2.11.10

Folhas de outono



Muitas folhas, todas sêcas, não fazem mais fotosíntese.
Ao serem pisoteadas, grava o passante o seu estalido,
Nada mais é revelado que não seja o característico ruído.
Seu encanto nos livros insípidamente observado,
Cai por terra quando sêca na batida é machucada.

Pulsar


Minhas mãos no encontro de suas coxas delicadas,
Como linha de transmissão de misteriosa energia,
Que carrega nossas vidas como pilhas em tomadas,
Explode em luz como estrela em explêndida agonia.

Recados passados

Eu estava aqui pensando na palestra de ontem e no nosso relacionamento e em algumas coisas que já tinhamos discutido: como a forma distorce o conteúdo e até mesmo o destrói! Pode ser que eu esteja pirado, pois vejo com muita frequência isso em nossa comunicação. Muitas vezes descubro o conteúdo de nossas conversas a posteriori, depois de muito sofrimento e até mesmo quando este não tem mais sentido pelo desgaste sofrido . Suspeito que com você não seja diferente. Me preocupa os pressupostos que tem nos levado a agir dessa forme que podem estar sendo retroalimentados por esse tipo de comunicação.

Eu só procuro explicações, pode ser que todas estejam erradas admito. Reconheço que minhas palavras saem sem controle em certos momentos, mas tem como alvo aquilo que nas suas manifestações ameaça o que há de sublime na nossa relação: os espectros que você coloca sem refletir sobre os ferimentos que causam. Você tem um momento para entregar meus óculos?